Na última terça-feira, 27 de junho, nos deparamos com a notícia que a família Lee, a mais rica da Coreia do Sul e dona da Samsung, está contraindo um empréstimo de aproximadamente US$ 10 bilhões (cerca de R$ 48 bilhões), oferecendo como garantia as ações da multinacional.

A medida acontece para pagar o inventário do patriarca Lee Kun-hee, morto em outubro de 2020.

Sem entrar no mérito dos custos do inventário, nota-se que mesmo famílias com patrimônio grande não têm, necessariamente, liquidez suficiente para que os herdeiros possam quitar essas despesas.

Não muito diferente do que acontece no Brasil.

Quando um bom planejamento sucessório não é realizado muitos problemas surgem após a morte. Por isso, um plano de sucessão bem estruturado soluciona:

– Desentendimento entre familiares por causa do valor a ser compartilhado e dos bens que serão distribuídos;

– Falta de recursos por parte dos herdeiros para custear o inventário – havendo necessidade de pedidos judiciais para liberação de parte do patrimônio para essa finalidade;

– Demora no processo do inventário, que pode ocorrer por diversas questões e pela própria morosidade do judiciário, gerando problemas de liquidez na família para o seu próprio sustento.

Muitas vezes as famílias se preocupam somente com o acúmulo patrimonial e retorno de seus investimentos, mas não pensam em endereçar todas estas questões, seja através de previdência, seguros de vida e empresarial, definições de herdeiros em empresas familiares, testamento, impactos fiscais, entre outros.

Existem vários instrumentos e veículos que podem ser utilizados para esse fim e cabe a cada um escolher o que melhor se enquadra em sua situação.

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*O sócio Ricardo Gimenes é o head da área de Direito Sucessório, Gestão Patrimonial, Direito Empresarial, Direito Notarial e Registral, do CQS/FV Advogados. E-mail: ricardo.gimenes@cqsfv.com.br

Crédito da imagem do topo: Kelly Sikkema/Unsplash