Realizado pelo CQS/FV Advogados em parceria com o Itaú Cultural, o seminário Novas Fronteiras do ESG aconteceu na última quarta-feira, 9 de novembro, em São Paulo.
O evento, que debateu as tendências do ESG (sigla de Environmental, Social, and Governance, em inglês; Governança Ambiental, Social e Corporativa, em português), reuniu executivos de empresas alinhadas à causa.
Na fala de abertura do encontro, o presidente da Fundação Itaú Eduardo Saron ressaltou que as companhias que passariam pelo seminário já estavam discutindo as questões sociais e ambientais antes do ESG ganhar destaque na mídia.
Apresentado por Daniella Galvão, sócia do CQS/FV, o encontro contou com dois painéis – “Investimento social privado na prática: institutos e fundações ligados a empresas e a implementação da agenda ESG” e “Investimento de impacto: como conciliar o retorno socioambiental e a sustentabilidade financeira com efetividade?” – e a fala “Novos modelos de investimentos de impacto – Desafios da regulação e de efetividade”, do presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) João Pedro Nascimento.
Painéis
Durante o primeiro painel – “ Investimento social privado na prática: institutos e fundações ligados a empresas e à implementação da agenda ESG” –, o gerente de projetos da Fundação CSN André Leonardi, o especialista sênior ESG – SENAI/DN do Instituto Amazônia+21 Fernando Penedo e o diretor superintendente do Instituto CPFL Mário Mazzilli falaram da importância das companhias levarem a sério a pauta de ESG e não apenas buscarem destaque na mídia com ações que, na verdade, não geram mudanças.
Para Penedo, esses temas representam o futuro da humanidade e, por isso, precisam ser enfrentados agora. Mazzilli lembrou que “temos que assumir que esses problemas são nossa responsabilidade e, a partir disso, criar uma agenda propositiva”.
Leonardi foi taxativo: “A agenda ESG é civilizatória. Representa um avanço na sociedade”, avaliou. A gerente jurídica do Itaú Cultural Anna Paula Montini fez a moderação do encontro.
A diretora de Sustentabilidade da Natura Denise Hills, a gerente de Relações Institucionais e Governança ESG do Itaú Unibanco Luciana Campos, o diretor de Comunicação da Sabesp Fábio Toreta e o diretor de Nature Based Solutions and Culture da Vale Hugo Barreto participaram do segundo painel, o “Investimento de impacto: como conciliar o retorno socioambiental e a sustentabilidade financeira com efetividade”. Pedro Baracui, sócio do CQS/FV, moderou a mesa.
Durante a exposição, os executivos concordaram que o tema é complexo. No entanto, creem que soluções podem ser construídas.
“Quais são as responsabilidades das empresas no impacto socioambiental? Como elas podem olhar o modelo de negócio para gerar impactos positivos e de regeneração?”, perguntou Hills.
Diante disso, a executiva lembrou que até 2030 a Natura tem o objetivo atingir a emissão de carbono neutro. Além disso, destacou o compromisso da empresa brasileira multinacional com os Direitos Humanos dos trabalhadores e pontuou que a questão de salários dignos não é ignorada pela Natura.
Toreta contou que apesar das limitações que as leis impõem à Sabesp, por exemplo, não fornecer água em locais não regularizados, a companhia constrói alternativas para não deixar a população sem água.
Campos completou o debate recordando que, para as novas gerações, ESG é importante, funciona como um vetor de pressão.
Força do ESG para o Brasil
Empossado no cargo há cerca de 120 dias, o presidente da CVM João Pedro Nascimento lembrou que ESG permeia todas as áreas do governo. “A sigla tem interface com o Ministério do Meio Ambiente, o da Agricultura, o da Economia, entre outros”, disse o executivo durante o keynote “Novos modelos de investimentos de impacto – Desafios da regulação e de efetividade”.
Baseado na ideologia desenvolvimentista, o professor universitário acredita na força do ESG para o Brasil. “Apenas na área de agronegócio, se o nosso país seguir as questões de ESG, terá a oportunidade de se tornar a segurança alimentar do mundo”, projetou. André Megale, sócio do CQS/FV, foi o facilitador da exposição.
Por Debora de Lucas
debora.lucas@cqsfv.com.br
Atualizada em 11 de novembro, às 15h28