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Alessandro Amadeu: com Business Intelligence, todos os agentes da indústria musical podem lucrar

18 de outubro de 2022 - 13:25

O gerente de Clearance do CQS/FV Advogados Alessandro Amadeu é o mediador do painel “O Valor do Catálogo na Era Business Intelligence”, na Trends Brasil Conference 2022.

A mesa, que acontece nesta quarta-feira, 19 de outubro, ao meio-dia e quinze, reúne a head de Business Intelligence da Sony Music Carolina Rabelo, o CEO e fundador da Adaggio João Luccas Caracas, o diretor-executivo da Associação Brasileira de Música e Artes Roberto Corrêa de Mello e a business development da BMAT Music Innovators Tatiana Neves.

Para aquecer esse encontro, o advogado concedeu uma entrevista ao site do CQS/FV. No bate-papo, o especialista analisa a importância do Business Intelligence para a indústria musical.

Alessandro Amadeu é gerente de Clearance do CQS/FV Advogados/Divulgação

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CQS/FV Advogados – Quando o Business Intelligence chegou ao catálogo digital? A lógica é a mesma dos Bowie Bonds?

Alessandro Amadeu — A tecnologia sempre esteve ligada às formas de distribuição e exploração da música.

Com o advento da distribuição digital de música e o desenvolvimento tecnológico a serviço das associações de gestão coletiva de direitos musicais relacionados à execução pública – que se mostram as principais fontes de rendimentos –, apresentou-se o cenário perfeito para a aplicação do Business Intelligence.

Os Bowie Bonds, datados dos anos 1990, foram pioneiros na ideia de negociar direitos musicais por intermédio de títulos – com base no fluxo de royalties gerados e em potencial. Por causa do avanço da tecnologia e, consequentemente, da pirataria, a indústria musical passou por uma fase de queda do valor desses títulos e desses recebíveis.

Com o advento das plataformas de streaming e as melhorias na gestão coletiva da execução pública, houve um reaquecimento desses ganhos e novos modelos de negócio começaram a surgir com base no fluxo de receita de catálogos musicais.

Inclusive, o espólio de David Bowie (1947 – 2016) negociou, recentemente, os direitos do catálogo do músico dentro dos modelos atuais.

CQS/FV Advogados — O Business Intelligence favorece todos os envolvidos na cadeia da indústria musical? Ele consegue prever as tendências dessa área?

Alessandro Amadeu — O Business Intelligence pode ser implementado de forma bastante ampla em toda a cadeia da indústria musical. Há diversas possibilidades e oportunidades nesse sentido.

Todos os agentes desse grupo – artistas, gravadoras, editoras, associações de gestão coletivas e até investidores – podem lucrar.

Como já acontece em outros segmentos, os dados gerados pelo Business Intelligence apontam tendências e facilitam a análise e as tomadas de decisões.

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CQS/FV Advogados – O que o mercado faz com análises de dados não tão favoráveis. Por exemplo, entre os anos 1930 e 1950, Carmen Miranda (1909 – 1955) foi uma grande artista de fama global. Hoje, a busca por músicas dela não deve ser alta.

Alessandro Amadeu — Com o Business Intelligence, o interessado em adquirir um catálogo musical terá dados bastante objetivos para tomar decisões. Mas, não se pode esquecer que o coração desse negócio é o conteúdo artístico.

A curadoria de cada adquirente também é relevante na hora de decidir as aquisições de catálogos musicais.

No caso de Carmen Miranda, verifica-se que se trata de uma artista que era uma intérprete – e não uma compositora –, e o prazo de proteção dos fonogramas contendo suas interpretações já estaria exaurido ou próximo disso, o que impacta na valoração do catálogo dela.

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MAIS ADVOGADOS DO CQS/FV NA TRENDS BRASIL CONFERENCE 2022 – Além de Alessandro Amadeu, os advogados do CQV/FV Daniella Galvão, José Maurício Fittipaldi, Pilar Robles, Rodrigo Salinas e Ygor Valerio também participam do evento.

Fittipaldi e Valerio são, respectivamente, moderador e debatedor do painel “A Música no Audiovisual” (19/10, qua., às 14h). Robles faz a mediação da mesa “Fundos de Investimento no Mercado Musical” (20/10, qui., às 10h35). Os sócios Salinas e Galvão são, respectivamente, mediador e debatedora do painel “Legislação Internacional e seus Impactos no Brasil” (20/10, qui., às 12h15).

Por Debora de Lucas
debora.lucas@cqsfv.com.br

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